segunda-feira, 27 de julho de 2009

Visões de LAURA

Klaus vivia numa pequena cidade chamada São Vicente do Sul, aquele tipo de lugar onde todos se conhecem desde a infância, onde as senhoras mais velhas cuidam e zelam pela moral das mais novas, enfim, onde todo mundo sabe e comenta a vida de todo mundo.

Por ser filho desse grupo social ele não poderia ser diferente, além de ser aquele tipo de pessoa que nunca falta numa roda amigos, aquele que faz tudo errado, fala mal de alguém e o alguém está ouvindo (para sua surpresa), comete os furos mais impossíveis que um ser humano seria capaz de cometer. Preconceituoso e azarado, ainda tinha uma característica horrível, apontava sempre os defeitos das namoradas de seus amigos. Isto acontecia talvez por inveja ou por nunca ter ficado com nenhuma das garotas por quem se interessara.

Klaus era detentor de muitas histórias, tudo de hilário e até mesmo bizarro acontecia com ele, motivo pelo qual seus amigos sempre o queriam por perto, pois uma hora ou outra algum fato inusitado aconteceria para divertir o grupo.

Num dia normal de inverno, quando o russo já descia pela paisagem, o destino cruza o caminho de Klaus e Verônica, foi encanto a primeira vista, olhares e desejos sintonizaram-se de tal forma que ele não resistiu e foi atrás dela, pois como nunca tinha visto aquela beleza ali, não podia deixar escapar.

O primeiro contato foi fantástico, o segundo, o terceiro e o quinto também, ele estava apaixonadíssimo, até que aconteceu o primeiro encontro íntimo do casal, foi maravilhoso para ambos e após toda uma noite de êxtase ele se levanta e vai ao banheiro, na volta se depara com Verônica deitada, nua, e pela primeira vez percebe que ela, a sua paixão a primeira vista, era GORDA!

Aquela visão cortou seu peito como um punhal. Como iria apresentar aos amigos aquela gorda, linda, mas gorda, logo ele que sempre criticou as namoradas alheias, só a idéia da pilha dos dos amigos o deixava louco.

A paixão de Klaus por Verônica crescia a cada dia e o tormento da obesidade também, já se passara um mês e ele ainda não havia apresentado a namorada misteriosa ao grupo, que cobrava dele a presença da princesa. Alguns acreditavam que ele inventara o tal amor por estar cansado de levar fora das pretendentes locais.

A pressão foi tanta que Klaus começou a inventar problemas na relação para brigar com Verônica e terminar o namoro, mas ela era perfeita: bonita, meiga, compreensiva, amante, mas GORDA. Ele não conseguia suportar a idéia de desfilar pela cidade com ela, passavam todos os fins de semana em casa, e ela não questionava, aceitava tudo que ele propunha, o que lhe interessava mesmo era estar com Klaus.

Por não agüentar mais a pressão do grupo, e no fundo sua própria pressão, ele resolveu terminar aquela relação antagônica, o preconceito falou mais alto e a loucura de Klaus também. Chegaria para ela e seria sincero, terminaria a relação e poria fim ao seu sofrimento.

Saiu decidido, foi a casa dela com o discurso pronto, mas ao entrar e encarar aqueles olhos que tanto lhe encantara, a coragem escorreu pelas pernas, coração acelerou, e se entregou ao melhor dos sentimentos. Mas essa ilusão durou pouco, ao deixar a casa da amada, voltou a torturar-se e o decidiu que a separação seria mesmo a única saída.

Assim, escreveu uma carta contando tudo e livrando-se de vez daquele tormento. Mas surgiu outro problema, se entregasse a correspondência pessoalmente, teria que encarar aqueles olhos, e temendo não conseguir ignorá-la, esperou o cair da madrugada, foi até a casa de Verônica, colocou a carta por debaixo da porta, voltou correndo para casa, arrumou as malas e fugiu para o Uruguai.

Por um bom tempo ninguém ouviu falar de Klaus, que só retornou a sua cidade quando soube, casualmente, que Verônica lera a carta, não sofrera nada e duas semanas depois do ocorrido foi embora com um caminhoneiro que conhecera numa de suas idas e vindas pela cidade. Já ele, teve que dar muitas explicações e voltou a ser o atrapalhado daquele grupo de uma pequena cidade do interior.

domingo, 19 de julho de 2009

Felicidade é ter amigos como vocês...

Este blog não existiria sem os meus amigos. Além de apoiarem a ideia, é com eles que vivo a maioria das histórias que conto aqui. São eles que lêem, divulgam, criticam, compartilham, colaboram. Dos amigos escuto aventuras, contos, sonhos, loucuras que também viram posts.

Seria impossível e totalmente sem graça fazer este passeio sozinha e por isso, neste dia do amigo, dedico aos meus queridos companheiros todas as sessões do blog. O mínimo que poderia fazer por essa gente bacana que faz parte da minha vida e me ajuda a ser uma pessoa feliz.

Tenho amigos de infância, de trabalho, de teatro, de família, do curso de inglês, e os que chegam por outros amigos.

Tenho amigos de diferentes personalidades, profissões e religiões.

Tenho amigos que vejo quase todos os dias e outros que encontro em ocasiões especiais.

Tenho amigos para viajar pelo mundo ou passar um final de semana em Terê.

Tenho amigos que amanhecem no Bar e são fãs de chopp, e outros que dormem cedo a base de suco de laranja.

Tenho amigos da minha geração e muitos 10 anos mais jovens que eu.
Tenho amigos que moram longe e outros que estão longe.

Tenho amigos para conversar sobre Gossip, Barrados, The OC, e outros que curtem filosofia, cinema novo e jazz.

Tenho amigos para frequentar os botecos de Vila da Penha, os points do Leblon e os restaurantes chiques de Nova Iorque.

Tenho amigos que cresceram comigo nos almoços de Bonsucesso, um outro com quem brincava no play, outros que pegavam praia em frente Barra Bella e depois jogavam boliche no Barra Shopping.

Tenho amigos que dividiam o táxi e percorriam comigo as várias boites da night carioca.

Tenho amigos que trocaram figurinha comigo no pilotis da Puc, dividiram o palco do Hotel Nacional vestido de beca, viveram os anos de ouro da Universidade.

Tenho amigos que conheci na Labuta, nas várias empresas que passei.

Tenho amigos que dividi apartamento, sonhos e problemas.

Tenho amigas que saiam juntas, bebiam juntas, tricotavam juntas: as mulheres de quinta.

Tenho amigos que já subiram a favela e outros com quem frequentei hotéis 5 estrelas.

Tenho amigas que saíram de um MBA e valeram cada tostão de um curso nem tão brilhante.

Tenho amigos casados, separados e solteiros, com e sem filhos.

Tenho amigos de muitos anos e outros bem recentes.

Na verdade, sou privilegiada em dizer que tenho sim uma grande e eclética familia de amigos!

Como em todas as boas famílias, temos diferenças, tiramos ferias uns dos outros e não conseguimos nos encontrar sempre que planejamos.

Mas tenho certeza que por mais que o tempo passe, as coisas aconteçam, a vida corra, são esses amigos parceiros que sempre vão me salvar nas horas dramáticas e com eles também vou brindar as minhas vitórias.

Desejo aos meus queridos amigos felicidade neste dia 20 e sempre. Aproveito para agradecer a eles todo o bem que me fazem e toda a alegria que me trazem!

Feliz Dia do Amigo!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

"O destino dos homens é a liberdade."

O amor tinha acabado, o coração que na ultima década vivia preenchido, agora estava completamente vazio.

A sensação de liberdade era enorme, mas o alívio se misturava com a solidão. Assim como os sonhos que se realizam, a liberdade tem o seu preço. Durante nosso passeio pela vida, são momentos como este que nos fazem crescer, chutar o balde, mudar tudo, é do encontro com nós mesmos, que conseguimos tirar as grandes ideias, e ter a coragem necessária para sair da zona de conforto e enfrentar os desafios de uma transformação.

Assim foi, melhor está sendo. Viciada em amor, o período de abstinencia é delicado, fazer o coração entender que agora a liberdade deve tomar conta, precisa de talento e força de vontade, acreditando que os objetivos estão traçados e que o novo só vai chegar feliz se a alma estiver livre para isso. O exercício é árduo, mas vale a pena.

Marina é um exemplo de alma livre. Namorou 10 anos seu melhor amigo, viveu uma paixão avassaladora e um casamento torto. Depois de quase 20 anos, encontrou na ausência de amor, o doce sabor da liberdade. Ouvindo seu coração, descobriu muito mais sobre a felicidade.

Carlos saiu de um casamento de anos perdido. Passou por um momento de muita dor, até que um dia resolveu enxergar a luz da liberdade. Curado de si mesmo, abriu novamente a sua vida para outras experiências. O que até então parecia impossível, simplesmente aconteceu: o medo de ficar consigo mesmo passou e a paz tomou conta de seu ser.

Tati passou quase 7 anos prisioneira de um namoro falido. Ao conseguir dizer adeus, começou a encontrar seus sonhos. Fez novos amigos, passou a dominar e lutar pelas suas opinioes. A cada dia que passa, ouve mais e mais aquilo que um dia achou louco e começa a traçar o seu caminho de sucesso.

Marcelo começou recentemente seu processo de transformar o amor em liberdade, detonado pelo término de um longo relacionamento. Pisando firme, lutando sério, está no rumo certo. Otimista, confiante, escuta os conselhos de seu coração e joga a favor da liberdade, o que já ajuda na travessia do longo caminho que sabe ter pela frente, até o equilíbrio e a paz.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Visões de LAURA

A sombra por definição é a ausência de luz, escuridão, espaço menos iluminado, escuro, obscuridade, mas também pode ser metaforicamente a ausência de conhecimentos, cultura, instrução, liberdade, justiça; obscurantismo, ignorância, despotismo.

Incrível como estamos cercados de gente que literalmente vivem na sombra, ou pior, fazem da sombra a sua vida, e às vezes nem percebemos ou ignoramos porque o mal que destilam não nos atinge.

Quem de nós não tem um colega de trabalho que vive na ou da sombra, um amigo que amamos, mas é 100% sombrio.

A todo o momento vemos no mundo, várias celebridades desse gênero humano, que povoam as manchetes de jornais e revistas e pela velocidade da vida não nos damos conta do tamanho da sua obscuridade.

Claro que não vou assumir a neura de começar aqui uma caça medieval aos sombrios, mas chamo a atenção para os seres opostos, aqueles que são naturalmente formados de luz, a luz da vida e do bem-querer, aqueles que mesmo quando se opõem ao sol e produzem o seu reflexo sombrio, irradia uma fonte inesgotável de energia e alegria ofuscando, assim, os seres obscuros do seu dia a dia.